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O Reino do Frota – Uma outra colônia

Castelo do Frota ao fundo

Castelo do Frota ao fundo

Segundo a lenda do Reino do Frota, Luciano Nunes Teixeira e seu genro Antônio Rodrigues Frota foram um dos primeiros a chegar em Meia Ponte. Sua terras abrangiam todos morros a esquerda do Rio das Almas. Possuidores de muitas riquezas e escravos, extraía da terra muito ouro.

Sua riqueza era tanta que a esposa do Frota costumava dizer que “era mais fácil o Rio das Almas subir de volta à Serra, do que o ouro do Frota acabar”. Construiu um amplo castelo de dois pavimentos com uma torre lateral circundada por longa escadaria. Edificou igreja própria, a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo, para missas particulares. Aos domingos mandava estirar tapetes de seu castelo até a igreja para que suas filhas pudessem pisar. As duas filhas que Frota teve esbanjavam arrogância e vestiam-se vistosamente, empoando com ouro em pó seus cabelos em ocasiões de festas e para as missas domingueiras.

Extremamente influente junto a “El Rey”, certa vez mandou forjar um cacho de bananas inteiro em ouro e mandou de presente à Rainha. Conseguiu com este agrado que suas posses se desmembrassem da Capitania e fossem tidas como império próprio, subserviente apenas à coroa portuguesa.

O ouro que extraía era tanto que se viu obrigado a escondê-lo em garrafas pelos morros de sua propriedades. De extrema avareza e com medo de traições, levava nesta jornada velhos escravos para cavar e carregar o ouro. Para que estes não contassem onde foi enterrado seu tesouro, furava-lhes os olhos e cortava-lhes as línguas, quando não os sacrificavas.

Não muito tempo durou sua glória, cedo morreu sendo logo seguido no fatídico destino pela mulher e pelo sogro. Sua filhas órfãs foram saqueadas pelos juízes e coronéis da época e já no começo do século XIX eram elas vista pelas ruas de Meia Ponte a mendigar e revirar lixos como indigentes. O castelo foi desmontado para a construção da casa de 365 janelas e o império se desfez.

À pouco tempo ainda podiam ser constatar as ruínas do castelo que foram soterradas por uma luxuosa pousada. Sobrou seu nome, perpetuado no morro da antena, o Morro do Frota.

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